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Foto do escritorBibi Bottenberg

A chupeta impacta apenas na amamentação? Saiba mais sobre os prós e contras do uso

Objeto antes considerado inofensivo, a chupeta vem sendo alvo de discussão e preocupação para muitas mulheres lactantes: a chupeta impacta na amamentação?


As pesquisas apontam que sim. E este impacto não se resume só a amamentação. Após ler algumas revisões, decidi fazer uma lista com os prós e contras do uso de chupetas. Todos são baseados em achados de pesquisa - nada de achismo, viu?


Vamos lá!


Riscos do uso da chupeta


  1. Induz ao desmame: provoca confusão de bicos e induz a uma menor duração do aleitamento materno exclusivo;

  2. Risco de infecção (ouvido, aftas, diarreia, “sapinho”); a relação entre o uso da chupeta e os episódios são significativos quando comparados com bebês que não utilizam;

  3. Causa de maloclusão (mordida aberta e mordida cruzada): promove alterações na anatomia e na funcionalidade devido ao uso inadequado de forças musculares;

  4. Interfere no desenvolvimento da fala: o uso limita o balbucio, a imitação dos sons e a emissão das palavras;

  5. Torna as crianças respiradores bucais: o padrão respiratório (nasal ou bucal) sofre influência direta de bicos artificiais;

  6. Mastigação prejudicada: comprovado que pode ocorrer na utilização da chupeta por mais de 6 meses;

  7. Sucção não-nutritiva na chupeta leva a saciedade neural e cansaço muscular: induzindo a um aumento do intervalo entre mamadas e a mamadas mais curtas;

  8. Risco de asfixia pelo acessório que prende na roupa;

  9. Menor inteligência na vida adulta - menor QI: o bebê que utiliza a chupeta é menos solicitante e passa a ser menos estimulado por seus cuidadores;

  10. Vícios orais na vida adulta: o uso prolongado da chupeta pode vir a ser substituído ao longo da vida por fumar, comer compulsivamente, entre outros.



Argumentos à favor do uso


  1. Estimulação da sucção não-nutritiva em prematuros: a estimulação oral por meio da chupeta parece oferecer benefícios para a maturação da sucção dos bebês prematuros. No entanto, estes mesmos estudos não esclarecem se não houve impacto nas taxas de amamentação após o uso. Há outras alternativas para se fazer a transição da alimentação via sonda para via oral nestes bebês que beneficiam os desfechos de amamentação posteriormente;

  2. Prevenção da Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL): a hipótese seria que a chupeta mantém a via aérea livre, mas é frequente que os bebês a soltam quando adormecem. Logo, não se sabe como isso aconteceria. O comprovado é que a amamentação possui um efeito protetor sobre a SMSL;

  3. Manejo da dor no recém-nascido em procedimentos invasivos: a chupeta inibe a hiperatividade, ajudando na organização neurológica, do mesmo modo que a amamentação (sendo esta mais efetiva do que outras estratégias). Sendo assim, não se justificaria a exposição;

  4. Tranquilizar o bebê: a chupeta teria um efeito calmante em bebês irritados e/ou com cólicas, modificando o seu comportamento. É importante destacar que há outras formas para acalmar bebês como técnica do 5S, dar um banho, fazer massagens, entre outros e que não impactam no desenvolvimento infantil a curto, médio e longo prazo como a chupeta.


O uso de chupeta é cultural e até pouco tempo nada disso era conhecido. Diante disso, as mulheres e suas famílias devem ser informadas e esclarecidas de que se trata de um hábito passível de modificação e devem se sentir apoiadas nas suas decisões.


Tem alguma dúvida? Você pode me enviar um direct através do @bibibottenberg no Instagram - não deixe de me seguir por lá!


Um beijo, Bibi


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